Orixá Exu Mirim – Fundamentação do Mistério na Umbanda

A Umbanda tem uma linha de trabalhos espirituais denominadas "linhas das crianças", que realiza importantes e impressionantes trabalhos em benefício das pessoas que se consultam com essas entidades infantis. Como afirmou Pai Benedito de Aruanda: "Em religião, não há nada de novo sob o sol ou sob a lua, desde que esse nosso mundo é mundo!"

Os gêmeos da direita ficaram conhecidos como Cosme, Damião e um tal de "Doum" e o gêmeo da esquerda ficou como um Exu Mirim. Esse livro além de ser renovador de conceitos, traz revelações e interpretações tão inovadoras e tão esclarecedoras, que Exu Mirim nos ensine, esclareça-nos e revele-se de forma luminosa e indelével!

Na Africa, em várias religiões, os gêmeos estão presentes, assim como ocorre entre os índios brasileiros, em que criança é chamada curumim. Afinal, essas crianças da esquerda Exus e Pomba giras mirins, fumam, bebem, e ainda atazanam a vida de quem os ofende  ou os desagrada. São crianças condenadas ao purgatório ou ao abandono nas "ruas", largadas não se sabe por quem, pois nenhum Orixá assumiu a paternidade delas e nenhum os recolheu aos seus domínios na Criação, ao contrário, não nega abrigo em seus domínios a ninguém.

E foi assim na Umbanda, Exu deus-lhe casa e comida, digo domínio e campo de ação. Firmado no lado de fora dos templos de Umbanda, Exu Mirim foi sobrevivendo à minguá e entregue à própria sorte. Isolado no gueto, Exu Mirim raramente entra na "casa grande, no templo", ainda assim, é para limpar e para levar embora a sujeira dos consulentes. Mas, boa parte da má educação dessas entidades deve -se ao comportamento dos seus médiuns e não ao Orixá Exu Mirim. Orixá é em si um poder realizador divino que exerce incontáveis funções. Nos meios, os Orixás atuam através dos elementos da natureza, nos seres, atuam através dos sentidos ( fé, amor etc ...).

A Umbanda  deixou Exu Mirim à própria sorte, por terem sido descritos como "espíritos de moleque de rua", cada um  incorporava-o com os típicos procedimentos  de crianças mal educadas, encrenqueiras, bocudas, chulas etc, tantos disparates que é melhor esquecer e reconstruir todo um novo conhecimento sobre o Orixá Exu Mirim, antes que deixe de ser cultuado no Brasil.

Nas lendas da Criação, Exu Mirim assumiu uma função de fazer regredir os espíritos que atentam contra os princípios da vida, contra a paz e harmonia entre os seres. Com Exu, dizia-se que "sem ele não se faz nada", já com Exu Mirim, dizemos "sem ele nem fazer nada é possível ".

Cada Orixá é um estado da criação, e por serem estados, são indispensáveis para harmonia e equilíbrio, cada um regido por um Orixá e é guardado e mantido por todos outros. Na Umbanda surgiu uma linha espiritual ocupada por espíritos infantis amáveis ( eres ), mas logo baixaram os briguentos, mal educados  ( Exu Mirim ), que assumiu esse arquétipo, de menino mau, assim todo médium tem um Exu Mirim além de um Exu e uma Pombagira. Praticamente desapareceram, por que sua manifestações fugiam do controle dos dirigentes, como é característica humana negar tudo oque não pode controlar e ocultar o que envergonha, assim foi com Exu Mirim.

Todos se adaptam a regras comportamentais, tanto os médiuns quanto com que incorpora neles, essa assimilação natural ou intuitiva é um indicador comportamental, assim os verdadeiros Exus Mirins são seres encantados da natureza, irrequietos e curiosos, gostam de bebidas alcoólicas, apreciam frutas ácidas e doces, bem doutrinados, prestam inestimável trabalhos na Umbanda, não aprovam trabalhos de demandas e magias negativas contra pessoas, preferem ser oferendados na natureza, como as crianças da direita.

Exu mirim é um alinha infantil de trabalhos espirituais e que são Exus "crianças", em tudo opostos aos Erês "crianças da direita" que atuam na linha dos santos Cosme e Damião. No livro " Lendas da Criação ", Exu Mirim é mostrado como indispensável ao equilíbrio da criação, sem sua presença, os outros Orixás não fazem nada, não tomam decisões universais e aplicáveis a tudo e todos, inclusive eles. " A verdade de cada um só quem vive e a aceita sabe como é ". Quanto ao resto, cada um no seu intimo, seu pessoal, são vitimas da hipocrisia, da falsidade, da falta de moral íntima que conduzem seu dia a dia, em seus relacionamentos pessoais, familiares, etc ... Ocultam-se desejos, frustrações, ambições, invejas, mágoas, ocultam o seu animal interior, que teimamos em ocultar sob a pele do cordeiro imaculado, assim somos nós, " ora santos, ora desumanos ", revela Exu Mirim.

Quando Exu Mirim é ativado pela Lei Maior e pela justiça Divina, ou tudo volta ao eixo ou tudo regride a estaca zero, não tem meio termo com esse Orixá, ou o ser ama ou só odeia. Para Exu Mirim, não existem dois pesos e duas medidas, oque conta são as intenções por trás delas.

No Mistério Exu Mirim refletem todas as intenções, das mais nobres as mais chulas, o seu fator intencionador, ressoa em todas as intenções, a ele nenhuma intenção escapa, por que por trás de todo ato concreto há uma intenção, logo ele julga tudo a partir das intenções que motivam e concretizam as ações e não elas em si e por si mesmas. Nosso Criador Olorum ensina a todos que Exu Mirim não é o arquétipo que lhe fizeram, e sim, um dos pilares sustentadores de tudo o que cremos e ensinamos, ele está no limite do bem e o mal, entre tudo  e todos, até entre o positivo e o negativo. Enquanto Mistério se aplica a tudo e todos, vive e atua nos limites que separam os dois lados de uma mesma coisa, ora unindo-as, ora separando-as, tudo dependendo das intenções intimas de cada um e de todos em geral. Quando Xangô emitiu a sentença " Quem deve paga, quem merece recebe ", Exu Mirim a incorporou ao seu Mistério, desde então, " quem deve regride e quem merece evolui ". Para ele não existem intenções boas ou ruins, e sim, o que elas gerarão quando saírem do nível intenção e entrarem nas ações concretas. O fato de uma pessoa olhar com   " olhos de desejo ", para uma outra de outro sexo, não é um pecado, é um desejo inerrante as especies e faz parte da natureza dos machos e fêmeas, portanto, desejar-se não enviará ninguém ao inferno. Agora, quem tornar uma ideia fixa em uma obsessão por outrem, aí tudo muda, por que ninguém tem o direito de invadir a vida alheia ou impor-lhe seus desejos pessoais. Desejar ou amar alguém, tudo bem para Exu Mirim, agora, alimentar o desejo por alguém que não correspondeu só para poder possuí-lá contra sua vontade íntima, aí vai abrir em sua vida, em seu íntimo todos os horrores da noite, comandados pelo Mistério Exu Mirim. Que o digam as pessoas que fizeram trabalhos de amarração para o amor, quando cobradas, não resistiram aos tormentos liberados contra eles pelos seus Exus Mirins executores!! " Uma pessoa com graves distúrbios mentais não é enfermo, mas sim, é o manifestador de profundos desequilíbrios, surgidos a partir de causas que ela desconhece ". Existem tratamentos que combinam medicamentos e acompanhamento psiquiátrico para devolver o equilíbrio e o bem estar.

Exu Mirim entre todos os Orixás, é o único que pode confrontar Exu em seu próprio campo de ação e anulá-lo no seu sentido, que é vazio? Exu respeita todos os Orixás e suas funções na criação, mas vive confrontando-os porque, a partir do vazio, envolve tudo e todos, todos lhe prestam reverência, já com Exu Mirim, não só o confronta como também evitam antagonizá-lo, a exceção é Oxalá, que sua simples presença, anula o estado do nada do Exu Mirim por completo.

Na linha dos Orixás, Exu Mirim está  em uma das pontas e Oxalá está na outra. Oxalá o senhor da plenitude (o tudo), tudo pode conceder a quem merecer, e Exu Mirim o senhor da inexistência (o nada), tudo pode tirar de quem dever, os dois extremos nunca se tocam porque se anulam.

Um dos aspectos mais complexos é o seu fator regredidor, capaz de fazer qualquer coisa regredir no tempo até que retorne ao estágio original da criação. O Orixá Exu Mirim gera e irradia de si muitos fatores, todos eles imprescindíveis para o equilíbrio da vida, dos meios e dos seres, o principal, é o seu fator intencionador, que capta todas as intenções.

Logo, cuidado com o riso de Exu Mirim, com a gargalhada divertida de Exu e a gargalhada debochada de Pombagira, pois com certeza estão se divertindo com os erros alheios, inclusive com os dos seus médiuns. Cuidado, pois por trás das risadas da esquerda estão os erros dos que julgam espertos, não julguem o que desconhecem, porque por trás do riso de um Exu, seja adulto ou Mirim, com certeza lá está a diverti-se dos erros dos que o assistem ou o procuram.

Fator Regredidor é gerado e irradiado pelo Orixá Exu Mirim e é espalhado na criação através das ondas vibratórias fatoriais, que são classificadas como negativas por que sé ligam ao mental dos seres que estejam passando por desequilíbrio consciencial e estejam prejudicando seus semelhantes, entra em ação fazendo regredir ao estado do nada, será reduzido até deixar de existir, de vibrar e de ativar a reatividade, que nele é uma reação natural que causa desiquilíbrio e a desarmonia e afeta negativamente a vida dos seres e dos meios onde eles vivem e evoluem.

Fator Intencionador é gerado por Exu Mirim, é o fator que alimenta todas as intenções, cuja função na criação é secundar os instintos, importantíssimo e intenções positivas nos levam a ações virtuosas, enquanto intenções negativas nos levam a ações condenáveis aos olhos das Leis Divinas. 

Fator Controvertedor, que tem como função criar e permitir " visões " a partir de outros ângulos, gerando discussões, ora complicadoras, ora esclarecedoras.

Fator Complicador, tem função de complicar as coisas para quem age em sentido contrário aos princípios e as Leis mantenedoras da paz e da harmonia na criação, até que chegam a um ponto que, quanto mais tentam sair delas mais se complicam no negativo que criaram para si próprios.

Fator Atrasador , sua função é fazer atrasar tudo o que está atuando em sentido contrário a evolução, a paz e a harmonia, criando um descompasso entre os agentes prejudiciais a evolução, vai deixando para trás esses agentes nocivos, vão deixando e ter importância.

Fator Paralisador entra em ação assim que uma má intenção é captada na sua tela vibratório mental, visando paralisá-la na mente de quem a gerou. Ele tem por função paralisar o potencial negativado e destrutivo do mal intencionado.

Fator Temporizador, Exu Mirim gera e irradia de si a parte regredidora dele, que é absorvida pelos seres sempre que suas intenções, se concretizadas, atingirão a paz, a harmonia e o equilíbrio da evolução alheia, e os faz regredirem no tempo.

Uma das muitas funções de Exu Mirim é atuar sobre as pessoas ou espíritos mal intencionados, movidos pelo desejo de destruírem a vida dos seus semelhantes! Pouco importa para Exu Mirim o que fazemos, pois para ele o que conta são as intenções por trás dos nossos atos, pensamentos e sentimentos.

Na criação, todos estão ligados a todos e tudo está ligado a tudo. E, ou um ser mantém- se em harmonia com o Todo ou se enterrará no buraco que cavará sob os próprios pés, irá ser reduzido ao nada pelo Orixá que reduz ao nada quem se desarmoniza com o Todo, é o Orixá Exu Mirim!!

Os espíritos transmissores de novos conhecimentos nos ensinam que estamos ligados mentalmente por cordões ou fios, invisíveis a visão comum,varia de pessoa para pessoa em virtude da evolução de cada um, mas estamos ligados as divindades das 7 dimensões a esquerda e das 7 a direita.

Nosso livre arbítrio está limitado ao nosso modo de pensar e de agir, ele não é tão abrangente assim, descobriremos que ele se limita ao direito de algumas escolhas, sendo que nenhuma atente contra a paz, a harmonia e o equilíbrio do meio onde vivemos, assim se restringe a pensar e agir.

Um Orixá está presente em tudo e em todos, ainda que através de determinadas partes desse tudo e desse todos. Cada Orixá é uma parte da criação, e a soma de todos eles formam o todo, que é Olorum, o nosso Divino Criador e senhor Deus. Cada Orixá é onipresente, onipotente, oniscientes nos seus domínios, então tudo oque está acontecendo é do conhecimento deles. Logo, o tempo todo, oque pensamos, sentimos, falamos, fazemos é do conhecimento dos Orixás, que são Deus em ação. O Orixá Exu Mirim ora está amparando em nossa evolução, defendendo dos ataques de espíritos trevosos, ora está atuando no sentido de paralisar nossas ações negativas que, ao atingirem nossos semelhantes, geram desequilíbrios e desarmonia e tiram-lhe a paz.

Duas Leis divinas que se aplicam natural e automaticamente foram citadas, a lei da ação e reação e a lei das afinidades. Deus tem muitas leis, mas que entram em ação a partir dos nossos pensamentos, dos nossos sentimentos, das nossas palavras e dos nossos atos. Assim, Exu Mirim é ativado para nos estimular ou nos paralisar a partir das nossas intenções.

Na verdade, a ação do Mistério Exu Mirim é preventiva e visa fortalecer as intenções positivas para que elas se concretizem e beneficiem tanto o intencionador quanto os seus semelhantes, e visa enfraquecer as intenções negativas paralisando-as antes que elas se concretizem e prejudiquem tanto seu intencionador quanto seus semelhantes.

Exu Mirim é neutro na sua essência divina, e o seu mistério é ativado no plano das intenções, antes que se concretizem. Sua ação será a de estimular as boas intenções e de paralisar e fazer regredir as más intenções.

Concluímos com o comentário de um Exu Mirim que nos disse isto: - Portanto, que cada um eduque sua " criança interior " que, ai sim, seremos mais educados ... mas não muito, certo? Afinal podemos ser pequenos, mas não somos bobos, pois sabemos muito bem como são os humanos! E que não nos esqueçam nas suas esquerdas, porque, se sem Exu não se faz nada, sem Exu Mirim nem o nada se é possível fazer!    Mojuba, Exu Mirim!

Postado por Alexandre Carvalho

Orixá Pombagira - Fundamentação do Mistério na Umbanda

Pombagira é a "Guardiã dos caminhos e das encruzilhadas", popularizou-se com a expansão da Umbanda nos anos 60 e 70, sua força era indiscutível e seu poder foi usufruído por todos os que iam se consultar com ela. Ela atendia a todos os pedidos, tornou-se ouvinte e conselheira nos relacionamentos amorosos, também serviu como desculpa para que algumas pessoas atribuíssem a ela seus comportamentos no campo da sexualidade, porém ela atua esgotando o íntimo de pessoas e de espíritos vítimas de desequilíbrio emocional ou de consciência, pois essa é uma de suas muitas funções na Criação. Ela pertence a linha da esquerda, é um Orixá feminino, as manifestações de mistérios de uma divindade feminina, significa mensageira dos caminhos a esquerda, trilhados por todos os que se desviaram dos seus originais caminhos evolutivos e que se perderam nos desvios e desvãos da vida.

Pombagira no interior de Olorum, é oposta ao arquétipo que lhe construíram na Umbanda e era calada, ciumenta, possessiva, dominadora, mandona, irritadíssima, ela vivia isolada de todos, não se misturava com ninguém no interior de Olorum e zelava pelo rigor e discrição nas suas ações, ela era a guardiã divina dos interiores. O fato é que antes ela escondia tudo, depois de ser exteriorizada às avessas, passou a mostrar tudo, tanto de si quanto dos outros.

Pombagira possui duas feições, uma externa mostra como espirito feminino liberado de certas convenções, tabus e preconceitos, e outra interna oculta repressores mistérios da Lei Maior, que atua sobre os desvios consciências relacionados a sexualidade, a libido, a reprodução e a multiplicação da espécie. Se por fora ela atiça os desejos, por dentro ela é frieza pura ou frígida.

Pombagira e Oxum regem mistérios e fatores funções opostos complementares, se confundem devido à dificuldade de identificar quando é uma e quando é a outra que está atuando. O paradoxo entre a Pombagira interior e a exterior, resultado do avessa mento que foi imposto por Exu Mirim no momento de sua saída do interior da criação.

Pombagira traz em si o poder de gerar o fator interiorizador, que cria interiores em tudo o que deixa de ser intenção e adquire existência! A encruza em T de Pombagira tanto pode ser um problema como pode ser a solução para muitos deles. Ela é muito importante para a criação e é indispensável para o equilíbrio.

Oxalá sugeriu que Pombagira aceitasse as contribuições de vários mistérios de outros Orixás, incorporando-os seu mistério interiorizador, com ele readaptado e reaparelhado, a interiorização não gerasse o caos no interior das matrizes geradoras.

Pombagira saiu do interior de sua matriz geradora e irradiou seu fator interiorizador, o problema foi solucionado porque a criação externa passou a ter um meio interno que conduzia de volta ao interior ou as suas origens todas as energias que haviam sido e continuavam sendo irradiadas pelas matrizes geradoras assentadas no lado de dentro ou interior de Olorum. Os dois interiores criados por Pombagira, um se abriu para o interior da Criação e o outro para o interior das coisas criadas.

O terceiro interior era um mistério assustador, um abismo que não vai dar em lugar algum, é uma entrada para dentro da Criação que não leva a lugar nenhum, o fator abismador, que abre embaixo de tudo o que existe, com finalidade de recolher tudo e todos que estiverem em desacordo com a Criação. Eles não abertos embaixo de quem vive e evolui em paz, harmonia e equilíbrio, mas não deixam de existir e estar lá, a espera de um deslize ou de um escorregão. Eles abrem-se bem debaixo dos pés dos seres e anda que não levem a lugar algum, no entanto estão abertos para o interior do universo material. São densos, não tem fundo, são íngremes, suas paredes assustadoras, há entradas como cavernas, onde vivem criaturas subterrâneas, agarram ou laçam os seres que estão caindo.

Pombagira abre seus abismos em tudo o que é tipo de matéria, a função é recolher todos os seres que atentam contra a vida e contra a paz, a harmonia e o equilíbrio.

Na sexualidade, ela rege sobre o desejo, sobre os estímulos e sobre a libido feminina, ela é senhora do equilíbrio nos elementos femininos. Ela rege sobre a parte denominada "órgão genital feminino”, uma das divindades mistério responsável pela procriação e pela multiplicação das espécies.

Além dos mistérios interiorizador e abismador, traz muitos outros, ela gera e irradia de si o tempo todo o fator estimulador, que desencadeia no interior das pessoas uma reação produtiva, devolvendo o ânimo e a confiança que darão sustentação mental e energética a quem está precisando dele, para se reequilibrar e se realinhar, para que volte a receber os estímulos mais adequados a sua vida.

O Mistério Pombagira é sua importância para o equilíbrio da Criação, ela pode regular o nosso íntimo ou interior para que não nos tornemos apáticos e desinteressados pelas coisas da vida. Todos nós, seres humanos criados por deus, estamos ligados por fios, cordões invisíveis aos nossos olhos.

Pombagira é ligada a nós pela nossa esquerda é acionado e entra em ação para devolver ao nosso interior o equilíbrio, nosso desequilíbrio reflete nela, ressonando em seu íntimo e fazendo com que ela volte a sua atenção para nós. Após identificar o desequilíbrio entra em ação enviando-nos irradiações energéticas que visam devolver o equilíbrio ao nosso interior ou íntimo.

Exu guarda as coisas por fora e Pombagira guarda as por dentro, eles formam uma linha bipolar na qual ele rege e guarda o lado de fora da Criação e ela rege e guarda o interior o lado de dentro das coisas criadas.

O Mistério Pombagira transcende a sexualidade e atua em todos os níveis dos relacionamentos onde exista insatisfação (mágoas, ressentimentos, invejas, frustações, decepções etc.) que ficam retidas no íntimo do ser, amargando-o e desencadeando sentimentos negativos, a não realização dos desejos.

O Orixá Pombagira tem um vasto campo de atuação na Criação regulando os interiores, ela é o único Orixá capaz de atuar a partir do íntimo dos seres, de dentro para fora, e acontece quando os sentimentos ultrapassam o controle da razão, é possuidora de um magnetismo tripolar ( interior positivo, que chega até Deus, o interior neutro, que abre-se para o espaço infinito de cada um e o interior negativo, que abre-se para baixo, para os abismos internos da Criação ), cuidado com o seu vazio interior porque será nele que seus demônios interiores se alojarão e o atormentarão, certo?

Pombagira é indispensável para o equilíbrio externo da Criação, até um vazio Relativo ela criou no interior dos domínios dos Orixás para que neles sejam recolhidos os seres que se desequilibram.

Cada Orixá é um estado da Criação, o polo negativo de Pombagira capta e internaliza todas as vibrações íntimas e negativas dos seres, " se a vibração é de dor e sofrimento físico, a reatividade no sentido de anulá-la no ser", o polo negativo dela gera e irradia uma vibração que anula a sensibilidade, onde mesmo sentindo dores, suporte até que tenha como anulá-la em seu corpo carnal ou espiritual.

A vibração desagregadora de Pombagira é tão temida quanto a vibração regredidora de Exu Mirim, a vibração esvaziadora de Exu e a vibração punidora de Ogum. Um dos propósitos da incorporação dessa divindade, foi permitir os médiuns e trabalhar de fora para dentro os interiores ou íntimos desequilibrados das pessoas.

As Pombagiras que as médiuns umbandistas incorporam são espíritos femininos que, em algum momento de suas evoluções, desequilibraram-se perante os mistérios que as regiam e foram levadas para domínios regidos por essas Pombagiras naturais que as assumiram e abriram para elas a oportunidade de retomarem suas evoluções a partir das linhas femininas da esquerda da Umbanda, com raras exceções, já viveram no plano da matéria.

Pombagira já foi descrita como mulher da vida, mulher fácil, mulher da noite, rameira, prostituta, espírito do baixo astral, vampira, vagabunda etc.  Pombagira é o contrário de tudo isso, ela é esgotadora da sexualidade degenerada e, generosa como só ela pode ser, são reveladoras (refletem o que as pessoas ocultam), tagarelas ( falam o que todos gostariam de dizer ) e são autênticas ( mostrando como são e não como querem que sejam).

O Mistério Pombagira sobre a sexualidade é guiado pelo que vibra no íntimo dos seres. Mães que renegaram seus filhos, que abortaram, porque estavam passando por profundos desequilíbrios, com certeza sofreram intensa atuação do Mistério Pombagira e passaram por intensivos esgotamentos dos seus estados de consciência em desequilíbrio antes de serem levadas até a dimensão de Pombagira.

Para Pombagira é melhor uma separação dolorida que a traição matrimonial, é melhor a dor da solidão que a amargura e as mágoas de um relacionamento íntimo sofrido.

Pombagira é seletiva e transmite essa sua seletividade as suas médiuns, é altiva e dominadora, possessiva e ciumenta, para ela relacionamento íntimo, mágoas e ressentimentos a nenhum dos envolvidos nele, desde que lhe proporcione prazer e satisfação e não atentem contra os princípios da vida, gerando abortos ou infância desamparada.

Postado por Alexandre Carvalho.

As Sete Linhas de Umbanda - A Religião dos Mistérios

A umbanda sagrada que denominamos natural, pois naturais são os sagrados Orixás, senhores da natureza, que se adaptam as concepções humanas, amoldando-se a todos em suas evoluções. Sete são as essências, sete orixás, sete sentidos da vida.

O Setenário sagrado é a manifestação de Deus que nos chega através das essências originais, a ele nada escapa, através dele tudo se manifesta irradiando em todas criaturas e seres. Os sete sentidos chegam por meio das quatro vibrações (mentais, sonoras, energéticas e magnéticas).

A coroa Divina é formada pelas essências divinas, onde cada uma delas atua em todos os níveis, e em cada um deles assume um sentido. Não existe Umbanda sem orixás, e orixás não existem se não estiverem assentados na natureza. Olorum se manifesta por meio das essências assentadas na Coroa Divina, e chega até nos como sentimentos (Fé, Amor, Justiça, Equilíbrio, Evolução, Saber e Geração). Os tronos naturais  ativam poderes, que ativam os seres divinos responsáveis pela faixa vibratória, tanto positiva quanto negativa, e tudo reflete na Coroa Divina.

As 7 linhas encontram fundamento nos 7 Orixás ancestrais que chamamos de básicos, pois a partir deles que os desdobramentos dos polos magnéticos  começam a ocorrer e a diferenciar um orixá positivo de seu par magnético negativo de uma mesma linha de força, onde ambos manipulam energias entre si.

Os Orixás ancestrais não são divindades naturais, mas um estado do Divino Criador, temos sete orixás ancestrais, ou senhores do alto do Altíssimo, onde estamos ligamos por meio das sete essências divinas. Eles só se manifestam de dentro pra fora, e são a ligação direta do filho com o Pai, onde os tronos regentes estão assentados, são as sementes Divinas que todos nós possuímos. O orixá ancestral, orixá de frente e o orixá equilibrador são o triângulo de força que rege a vida de todos, "Olorum atua em tudo e em todos, o tempo todo, em todos os sentidos, durante todo o tempo". Orixás naturais são os regentes das dimensões onde a vida a processa, são puros, só vibra oque tem a sua dimensão, o tempo todo, durante todo tempo.

Orixá	Par Magnetico	Linha	Essência	Vibração
Oxalá	Logunan	Cristalino	Fé	Íntimo
Oxum	Oxumaré	Mineral	Amor	Cachoeiras
Oxossí	Obá	Vegetal	Conhecimento	Matas
Ogum	Iansã	Aérea	Lei	Caminhos
Xangô	Egunitá	Ígnea	Justiça	Montanhas
Obaluaê	Nanã	Telúrica	Evolução	Campos
Iemanjá	Omolu	Aquática	Geração	Águas

Mistérios da Umbanda

Mistério é tudo aquilo que a inteligência humana é incapaz de explicar ou compreender e aprender em sua totalidade. Magnetismo é a qualidade divina que dá origem a tudo, é um fator divino, um mistério é a combinação de fatores ou magnetismos. Na natureza, algumas coisas se combinam, outras se neutralizam e outras se anulam e combinam, dando origem a novas coisas.

Mistério Exu

O mistério Exu é polêmico justamente por que atua de forma dual, é tido como uma divindade da mesma grandeza que Orixá. Exu é o mensageiro das ordens e vontades dos Orixás, se não puder solucionar uma pendência, manterá em suspenso até que surjam as condições ideais para encerrá-lá.

Exu é o vigor que ativa todos os sentidos de um ser, estimula-o, excita-o até mover-se e buscar algo novo, em todos os campos, e pela Lei Maior o ativa e ele começa a atuar como paralisador ou esgotador de carmas grupais ou individuais. Não tem livre iniciativa de auto ativar-se, ou alguém o ativa ou permanece neutro. Lúcifer, do trono cósmico punidor, é o senhor das ilusões, dos fanáticos e dos revoltosos religiosos !

O símbolo do Exu é o tridente, usado como arma para irradiar energia, que perfura a aura de uma pessoa, desequilibrando sua vibração e seu magnetismo. Exu é a divindade regente do fator vigor, já Pomba gira irradia o fator Desejo, fatores que se completam, por que vigor sem desejo não se torna ativo, e desejo sem vigor logo se esgota.

Exu é um ser natural que gera em si o fator vitalizador e tanto pode vitalizar como desvitalizar os seres, sendo que esse fator é uma qualidade de Deus, que não é encontrado nos outros orixás. Ele ocupa um lugar a esquerda do médium, ele é uma das forças que atua sobre o negativo de qualquer pessoa, é considerado o elo do filho de fé com seu orixá, sendo mensageiro que leva nossos pedidos. Exu só age se for pago simbolicamente com uma oferenda, com isso ele se exime de culpa pela ação negativa, quem pagou é o culpado!!

Os Exus que trabalham nesses centros são aqueles que já evoluiram o suficiente para perceberem que servir a luz pode ser trabalhoso, mas é compensador. Sua função é guardar os locais de trabalho de ordem espiritual, proceder com a limpeza astral, levando embora espíritos que ainda não tenham merecimento para receber amparo da luz. È preciso separar Exu dos demônios infernais, que luta para apagar toda luz da face da Terra, Exu é apenas o executor da Lei, está submetido as Leis da Natureza.

Mistério Exu Mirim

São instintivos e guiam-se pelos instintos, não respeitando muito as hierarquias de trabalhos espirituais, mas são presas fáceis de poderosos seres das trevas humanas, que os atraem e os usam em suas magias negras, ativadas por seus magos negros encarnados, é um mistério cósmico poderosíssimo, se bem direcionado, e perigosismo, se mal utilizado.

Mistério Pomba gira

É um elemento mágico, agente cármico, assentado  a esquerda da religião Umbanda, que gera e irradia o fator "desejo" e completa o fator vigor, ela desperta o desejo em todos os sentidos da vida. O campo do conhecimento sobre o mistério desejo foi fechado, devido a sua desvirtualização e pejorativa com o sexo, feita por religiões abstratas. Se os mistérios desejo e vigor são usados indevidamente, perdem suas grandezas e tornam-se paixões devastadoras e vigores atormentadores, voltando-se contra os que os desvirtualizaram. Pomba gira e Exu atuam a partir do emocional do médium, sem uma doutrinação madura, pode acontecer de médiuns extravasarem seus emocionais durante as manifestações.

As Linhas de Ação e Reação na Umbanda 

A Umbanda Sagrada é uma via evolutiva, pois a quantidade de espíritos que afluem para ela é tão grande que foi preciso crias linhas espirituais para acomoda-los. Os espíritos se assentaram a direita e a esquerda dos sagrados orixás e servem trabalhando em beneficio da evolução da humanidade, tanto dos espíritos encarnados quanto dos desencarnados. As entidades que atuam na Umbanda, vêem de todos os lugares da Terra, é uma religião aberta a todos os espíritos, encarnados e desencarnados. Por isso, tanto os negros africanos, como os índios já desencarnados se uniram a o Ritual da Umbanda, cada um entra com o seu saber, poder e magia, mas todos seguem as mesmas ordem de trabalho.

As entidades não se incomodam em se manifestar em templos humildes, cômodos pequenos, a beira mar, nas cachoeiras, ou mesmo numa reunião familiar, estão dispostos a nos ouvir e a ensinar, tem um saber muito grande,  e paciência com nossos erros, e não se incomodam com a nossa ignorância a respeito dos mistérios sagrados.

Linhas de Trabalho na Umbanda

As linhas de trabalho obedecem irradiações divinas, buscam a evolução.

                                                          Mistério Caboclo

São espíritos incorporados as hierarquias regidas pelos Orixás Intermediadores, vindo de todas as religiões e diversas formações teológicas e culturais, também conhecidos como “caçadores e catequizadores de almas”, deles emanam o sentimento da força para lutar e vencer qualquer situação, formado pelos nossos índios, os Tupis, os Guaranis, os Tapuias, os Xavantes, algumas nações de índios norte-americanos e também guerreiros africanos, todos combatem e desmancham trabalhos de feitiçaria e magia negativa, transmitindo ao seguidor umbandista a segurança e a força do braço forte de um pai.

                                                     Baianos na Umbanda

Trabalham em todas as radiações, atuam nas 7 linhas, são espíritos alegres, brincalhões, descontraídos, chegados em trabalho de quebra de magia, de quimbanda, suas oferendas devem ser feitas próximo a pés de coqueiros ou ponto de força dos orixás que os regem.

                                                    Ciganos na Umbanda

Sua origem parece ser o antigo Egito, Europa Central ou Índia, uma linha espiritual em expansão, até na linha da esquerda, como Senhor Exu Cigano e Senhora Pomba gira Cigana, louvam Santa Sarah Kali-yê, regidos por orixás temporais (Oyá, Iansã e Oxalá).

                                                           Eres os Ibejis

Linha das crianças, trabalham sob influência do ar, alegres e expansivos, do fogo, são irritáveis facilmente; da Terra, são caladas; da água, linha de Iemanjá ou Oxum, são carinhosas, melodiosas no falar, são muito antigas e tem mais poder do que imaginamos, o seu poder de ação fica oculto. Não gostam de desmanchar demandas, nem fazer desobsessões, preferem consultas, onde vão equilibrando e modificando a vibração dos pontos de energia do corpo humano. Na Umbanda são regidos pelo orixá Oxumaré, que é o orixá da renovação da vida nas dimensões naturais.

                                                      Boiadeiros na Umbanda

Esses espíritos já foram Exus, atuam nas linhas regidas por Ogum, nos caminhos e por Oyá, nas campinas, atuam como refreadores do baixo astral, são aguerridos, demandadores e rigorosos no trato de espíritos trevosos. Seu símbolo é o laço e o chicote, atuam nas 7 linhas, descritos como Caboclos da Lei, atuam na irradiação da Lei.

                                                         Linhas das Sereias

São seres que nunca encarnaram, seres naturais, regidas por Iemanjá, Oxum e Nanã, as Ondinas são as mais velhas regidas por Nanã, as encantadas elementais aquáticas são regidas por Oxum, elas tem poder de limpeza, purificação e descarga de energias negativas, elas não falam, só emitem um canto, um mantra aquático, diluidor de energias, vibrações, são ótimas para anular magias negativas, afastar obsessores e espíritos desequilibrados, são poderosas para limpeza de lares e para harmonização de casais e famílias.

                                                    Marinheiros na Umbanda

São espíritos alegres e cordiais, seu magnetismo aquático lhes dão a impressão de que o solo está se movendo sob seus pés, são espíritos de antigos piratas, marujos, pescadores, capitães do mar, são regidos por Iemanjá e Oxalá, mas atuam sob irradiação de Iansã, Oxum, Obaluaiê, trabalham dando a impressão de estar bêbados e gostam de tomar um rum enquanto dão consultas, são ótimos para casos de doenças, cortas demandas e descarregar locais de trabalho espiritual.

                                                Pretos Velhos na Umbanda

São espíritos elevadíssimos que se manifestam sob a aparência de negros escravos, trazendo exemplo de humildade e simplicidade da alma, atuam nas 7 linhas, trabalham a evolução nos 7 sentidos da vida, despertam a paz, a tranquilidade, a esperança, a perseverança, remetendo a reflexão de nossa própria natureza íntima, com sua sabedoria e paciência, traz sempre uma palavra de fé e de consolo.

Postado por Alexandre Carvalho.

Orixá EXU - Mistério EXU na Umbanda

Pensar em Deus ou Olorum como um estado mental, chegara a conclusão que só entramos em contato com ele através do nosso mental e do nosso pensamento durante nossas meditações, usando outros recursos (a intuição, a imaginação, a percepção, a sensibilidade, a sensitividade, o raciocínio e a criatividade), assim só alcançamos em sintonia com ele através da mentalização.

Logo tudo estava no interior de Deus, e nada estava fora dele, e quando Olorum pensou do lado de fora teve intenções criadoras-geradoras, assim seu primeiro estado para criação foi o vazio absoluto, alterando o nada que existia em seu exterior.

O vazio absoluto é um estado e difere do nada, por que na criação em Olorum nada existia fora dele, inclusive o vazio absoluto, que abrigou a primeira intenção concreta, onde caberia todos os estados de sua criação exterior, um Orixá responsável pelo primeiro estado de criação, pronto para receber e acomodar os estados posteriores da criação.

Assim do nada surgiu o primeiro estado concreto da criação, o vazio absoluto, então Olorum pensou o segundo estado da sua criação exterior. O nada e o espaço são os dois extremos da criação, ambos estão permeados pelo vazio absoluto. O espaço infinito está apto a receber dentro de si tudo criado por Olorum, inclusive outros estados posteriores. O nada e o tudo são os opostos, ambos separados pelo vazio absoluto, senão eles se anulariam.

Um Orixá que regeria o plano das intenções, recebeu o nome de Exu Mirim, o Orixá que rege sobre o nada. O Orixá Exu é a divindade de Olorum que rege o vazio, e sempre que alguém vibra o sentimento de vazio está nos domínios dele.

O pensamento de Olorum gerou de si uma matriz geradora, do primeiro estado da criação, que era o vazio absoluto, o único estado capaz de receber dentro de si o estado do espaço infinito, que gerou uma divindade para regê-lo, o Orixá Oxalá, que simboliza o tudo, o oposto ao nada, e traz a plenitude, oposta ao vazio de Exu, assim, Exu Mirim rege sobre as intenções; Exu rege sobre o vazio absoluto e Oxalá rege sobre o espaço infinito. Unindo o primeiro Orixá Exu, e o primeiro estado de criação o vazio absoluto, temos a fundamentação do Mistério Exu.

O mistério Exu é em si, o vazio absoluto existente no exterior de Deus e guarda-o em si, dando-lhe existência e sustentação para que, a partir desse estado, tudo o que é criado tenha seu lugar na criação. Exu o guardião do vazio absoluto, o primeiro Orixá manifestado, o mais velho de todos, o primeiro ser cultuado, por ser e trazer o vazio absoluto, tem que ser invocado e oferendado em primeiro lugar e deve ser despachado de dentro do templo e firmado no seu exterior para que um culto possa ser realizado, a presença de Exu dentro implica a ausência de todos os outros Orixás. O ato de invocar o Orixá Exu em primeiro lugar é correto, por que antes de manifestar os outros Orixás, manifestou-se e criou o vazio absoluto a sua volta. Então é preciso assenta-lo no exterior do templo, para que outro estado se estabeleça e permita que tudo aconteça. “ O vazio absoluto é a ausência de algo, de qualquer coisa; O espaço é a presença de um estado, de alguma coisa “, Deus criou o espaço dentro do vazio absoluto.

O estado espaço dentro do vazio absoluto criou uma base que ampliou as necessidades do criador, mostrando os orixás como estado de criação. Oxalá é o espaço infinito porque é capaz de conter todas as criações da mente divina do nosso divino criador. Olorum confiou a Oxalá a missão de criar os mundos e povoá-los com os seres que seriam criados, ela traz em si o poder criador.

Assim Exu e Oxalá são ligados por causa dos estados da criação. Exu é a ausência e Oxalá é a presença, são opostos complementares. A tradição nagô nos ensina que só se deve assentar Exu no lado de fora dos terreiros e se deve oferenda ló nos limites dos pontos de força da natureza.

A casa de Oxalá é o espaço e o lado de fora dela é o estado de Exu. Por isso Oxalá é descrito como o rei dos Orixás, e no seu reino estão os reinos de todos outros Orixás. Quem tem Oxalá em seu íntimo, tem todos os outros Orixás dentro de si e tem Exu vigiando o seu exterior.

Como o espaço é algo, que pode ser ocupado por alguma coisa, Exu encheu de vazios, a um ponto em que nada poderia ser criado por Oxalá, então Olorum ordenou a Oxalá que encontrasse uma solução para que a criação exterior tivesse início, Oxalá procurou Exu para uma convivência entre os dois estados, mas nada ficou acordado, até que Oxalá criou um liquido que agradou Exu e as negociações começaram, esse liquido deixava Exu mais descontraído a ponto de conceder coisas a Oxalá e assim ele foi criando e aumentando o espaço infinito e sempre agradando Exu. Todos procuram Exu porque ele pode ver de frente para trás, vendo o que nem Oxalá ainda sabia que poderia criar, por isso Exu é tão solicitado para revelar coisas que até os Orixás desconhecem, pois, os Orixás só atuam sobre o que tem existência.

Todo Orixá deve dar um presente que descontraia Exu antes de criar algo dentro do seu domínio no lado de fora de Olorum, por que Exu foi o primeiro Orixá a ser exteriorizado, dessa lei surgiu ... o hábito de sempre oferendar Exu antes de iniciarmos alguma coisa, pois assim a certeza de sucesso é quase absoluta.

Por ser a segunda intenção, Exu traz em si uma segunda intenção para cada primeira intenção de alguém. No decorrer dos anos Exu fez Oxalá ver que havia uma segunda intenção por trás de sua frase e que o seu “todos” se referia a tudo, e não só aos líquidos. Oxalá convenceu Exu que seu reino sempre seria maior, por que o espaço infinito está dentro do vazio absoluto, sendo assim, “ quanto mais coisas estáveis criamos, mais trabalhamos para Exu”, que satisfeito, menos interfere em nosso trabalho e mais se descontraí, deixando nos em paz com nosso labor.

As primeiras incorporações dos Exus em seus médiuns são contratoras dos músculos e dos movimentos, travando os médiuns, só conseguindo descontrair parcial após alguns goles de marafo. Eles começam a incorporar de forma contraída, taciturna e bravia, mas após alguns goles de marafo e umas baforadas de charuto, descontraem-se, alegram-se e tornam-se amigáveis e falantes, começando a ajudar na solução de nossos problemas e dificuldades.

As Pombagiras vibram tanto que suas médiuns têm dificuldades em mantê-las incorporadas, só após uns goles de champanhe e umas baforadas de cigarrilhas se equilibram e passam horas incorporadas dando consultas. Os marinheiros da umbanda têm dificuldade para se manter parados no lugar e acabam como que lançados para frente e para trás, mas após tomar uns goles de rum e dar umas baforadas, estabilizam a até conseguem permanecer mais ou menos parados nas consultas, pois eles veem do reino aquático marinho, onde o magnetismo irradia em ondas magnéticas semelhantes às do mar, fazendo que em terra percam o equilíbrio. Por isso as incorporações iniciais de Exu, Pombagira e Marinheiros em seus médiuns, necessitam de alguma bebida com teor alcoólico para ter efeito estabilizador e equilibrador, exatamente o inverso do que faz em nós, espíritos encarnados.

Na criação nada se perde e tudo se transforma, e Exu é esse agente transformador que está presente no vazio absoluto, como capacidade transformadora interna e externamente, por que só nele tudo pode estar contido e fora dele nada existe, assim ele também está em nós e rege sobre nosso transformismo e nossa adaptabilidade. Logo, somos indissociados de Exu e dependemos de suas propriedades e qualidades para não deixamos de evoluir.

Na Umbanda temos Exu de Ogum, de Oxóssi, de Oxalá ... todos dependentes da existência desses Orixás para assim poderem se apresentar. Exu, o Orixá dos cultos nagôs, já existia e tinha conceitos que o definiam. Exus com nome simbólicos: Exu 7 porteiras, Tranca Ruas, Sete Encruzilhadas, ... manifestaram-se através da Umbanda. Foi um trabalho lento e muito bem pensado pelos espíritos responsáveis pela implantação terrena da nascente religião de Umbanda.

No mistério Exu, a inovação foi o surgimento das linhagens de Exus de trabalho espirituais muito bem definidas e organizadas. Exus com um mesmo nome e com aparência fluídica iguais, incorporavam neles e diziam ser seus Exus de trabalho. Essa base é o primeiro estado de criação, que é o do vazio absoluto e sua fundamentação está no seu regente divino, que é o Orixá Exu, “sem que houvesse o vazio absoluto, não poderia haver o espaço infinito para abrigar tudo o que seria criado!”.

Como o espaço infinito é o estado do Orixá Oxalá e como por fora dele está o verdadeiro vazio absoluto, que é o estado original de Exu, assim do lado de fora de tudo que existe mas, em compensação, tudo está dentro de Exu e do seu estado de vazio.

“Exu tem morada sem porta e sem janela, rege o vazio; Exu entra saindo e sai entrando, entra em nossa vida por meio de nossos erros, falhas e pecados; Exu mora do lado de fora da casa de Oxalá, “A lenda Nagô fundamenta o assentamento dele no lado de fora dos centros de Umbanda, em uma casinha separada “; Exu é o mensageiro dos Orixás, nos traz as respostas aos nossos pedidos de ajuda enviados aos Orixás; Exu é o Orixá mais velho o primogênito; Exu é o primeiro Orixá a ser oferendado; Exu é o primeiro Orixá a ser saudado e reverenciado; Exu é o primeiro Orixá a ser assentado; Exu é o primeiro Orixá a ser despachado; e Se Exu não for despachado, não é possível baixar qualquer outro Orixá no terreiro, assim sem Exu não se faz nada, isto é certo por duas razões: Sem o estabelecimento do estado vazio os estados dos outros Orixás não se abrem e o primeiro a ser firmado no terreiro.

Os mesmos procedimentos devem ser adotados para Exu Mirim, que rege sobre o nada, com seu fator “nadaficador”, pode reduzir ao nada”, qualquer coisa que exista e para Pombagira rege sobre os interiores, desde o de um ser até o de um estado da criação. Ela é tão importante para o equilíbrio da criação quanto todos os outros Orixás, com seu fator “interiorizador”, pode pôr para fora tudo o que estiver no interior de algo ou de alguém, pelo fator desejo, que desperta no ser que vibra esse algo o desejo de exterioriza-lo, ela faz o ser desejar o que vibra em seu íntimo, o que o induz fortemente a realizar seus desejos. Ela dá suas gargalhadas debochadas nas incorporações para captar coisas interiores nas pessoas, coisas ocultas, mas não para ela, uma vez que ela trabalha no interior de cada coisa que existe, assim sendo por gerar e irradiar “fator abismador”, abre abismos, dentro dos quais recolhe tudo o que “desagrada” os outros Orixás.

Oxalá concedeu a Exu a guarda dos mistérios negativos, é o guardião divino de metade da criação, é o guardião do seu lado negativo. Tudo que desagrada aos Orixás é enviado por eles para o seu domino de criação, ele pode recolher, esvair e diluir o que os desagradou, como pode reter algo ou alguém no lado negativo da criação, por isso e tão importante para a manutenção da paz, harmonia e do equilíbrio na criação, assim todos os Orixás tem seu Exu, com duas cabeças, dupla polaridade, “as potências positivas zelam pelo equilíbrio no lado positivo da criação, e as potências negativas zelam pelo equilíbrio no lado negativo da criação”.

O ser em desiquilíbrio é atraído pelo Exu guardião do lado de fora do domínio e é retido no vazio relativo regido por ele, que começa a atuar sobre o ser em questão “ esvaziando-o das causas do seu desequilíbrio”. E quando é esvaziado do seu “negativismo”, é neutralizado e imantado por Exu. Então temos Exus Guardiões de todos os orixás, que são seres divinos, que assumiram a natureza e a personalidade do Orixá cujos domínios na criação guardam. Os guardiões dos domínios são seres divinos com natureza e personalidade íntima Exu, mas atuam como recolhedores e esvaziadores de tudo e de todos que “desagradam os orixás”, e por isso são denominados Exus Guardiões dos domínios dos Orixás.

Muito Exus que baixam nos médiuns de Umbanda são espíritos exunizados “naturais” que nunca encarnaram porque viviam e evoluíam em domínios isolados dentro dos estados de criação. Outros são espíritos que encarnaram “humanos”, humanizaram-se, desequilibraram-se, foram recolhidos ao vazio relativo do seu domínio de origem e agora voltaram a atuar junto aos espíritos encarnados. Se estamos sendo vítimas, eles nos amparam, ajudam a passar pelas dificuldades, mas se criamos dificuldades para os outros, aí atuam esgotando as causas do nosso negativismo.

O Orixá Exu rege sobre os íntimos, e este é um dos seus campos de atuação em nossa vida, regulando o instinto primitivo e procurando ajudar os seres humanos no equilíbrio entre o instinto e a razão. Os Exus de trabalhos na Umbanda identificam-se e apresentam-se com nome simbólicos associados aos elementos da natureza, bichos, meios, eventos, instrumentos mágicos etc... (Exu da Pedra Preta, Exu Morcego, Exu da Porteira, Exu Poeira, Exu Sete Espadas ...). Os “ Exu “Sete” atuam nas sete irradiações divinas ao mesmo tempo e que são regidos por um mistério sétuplo. O mistério das Passagens, regido pelo Orixá Obaluaiê, que regula as passagens dos espíritos de uma faixa vibratória para outra, de um domínio para outro, assim como de uma dimensão para outra. Como Exú está do lado de fora de criação, quando os Orixás precisavam que ele esvaziasse os seus domínios era um problema, por que ele esvaziava tudo onde entrava para ajudar tomava conta de tudo e de todos ao mesmo tempo.

Oxalá pensou em uma solução que deu origem ao mistério das oferendas feitas na natureza, criou santuários coletivos conhecidos como naturais, todos teriam elemento simbolizador e os santuários individuais, onde cada um teria sua participação, onde os pontos de forças e poderes da natureza (Oxum nos rios, Iansã nas pedreiras, Oxóssi nas matas). Para solucionar esse desequilíbrio, o jeito foi recorrer a Pombagira e seu fator interiorizador, não sem antes aceitar sua exigência, receber algo em troca para permitir que recolhesse tudo em seus interiores. Exu decidiu que os santuários era um mistério em si, ele abriria ao redor deles um vazio relativo para que neles fossem descarregadas todas as coisas desequilibradas.

Há 7 campos vibratórios, associados as 7 irradiações divinas, e os Orixás, ao recolherem dentro do seu santuário coisas de outros Orixás, para que cada um reequilibre a sua parte na coisa ou no ser em desequilíbrio. Assim Exu mirim por gerar o fator avessador, entrou na solução e passou a participar do reequilíbrio das coisas desequilibradas.

Exu passou a ter partes na criação, com isso temos a lei universal que um Orixá só pode atuar em benefício de alguém se for por meio de algo que exista, uma pedra, uma folha, uma vela etc ...

Os Orixás não incorporam realmente no corpo das pessoas, só a parte interior, “projetam-se para fora encobrindo seus espíritos, dando a impressão de que estão”, aos olhos dos clarividentes ... “ Feche os olhos, esvazie a mente e deixe o vazio absoluto estabelecer em seu íntimo como se nada existisse no vazio, mas cheio de possibilidades. Não abra os olhos, não pense, sua mente não parará por si só de pensar, deixe que o silêncio absoluto se instale em seu íntimo e permaneça o maior tempo possível, não pense, seu pensamento é idealizador, não fale o ato de falar gera ruído, forma sons harmônicos, não olhe, não pense e não fale, para não interferir na quietude intima que se encontra no vazio, não imagine e não intencione nada, não deixe ideia alguma brotar no seu íntimo, isole sua audição, vá desligando sua mente dos sons e ruídos chegando a um momento que nada mais o incomodará, isole sua audição, agora nesse estado, anule todas as sensações, e deixe de existir “, pois é impossível alcançarmos esse estado de esvaziamento total do nosso ser.

O estado regido por Exu é importante para Olorum, por que não são poucos os desiquilíbrios profundos que se concretizaram seu íntimo, essa função na criação é pouco conhecida, o que sabem é que espíritos humanos, hoje se dizem Exus e atuam como Exus. Aos olhos dos videntes, todos os Exus são iguais na aparência, o único diferenciador está no fato de alguns serem mais evoluídos que outros. Exu é o último recurso da Lei Maior e da Justiça Divina para resgatar os seres espirituais, o último recurso que separa os seres espirituais do nada total, o “plano do nada” é regido pelo Exu Mirim e é o estado anterior da criação, onde só existia Deus e nada mais. As faculdades mentais regidas por Exu são diferentes das regidas por Oxalá, pois Exu tem a vibração que abre o mental e o íntimo dos seres, só ele é capaz de fazer, por localizar-se nos limites do tudo com o nada, recolhe e recupera seu estado de espírito e sua personalidade. Exu é tripolar, por que além do polo positivo e negativo, há a faixa neutra ou polo neutro, fato esse que originou as 7 faixas vibratórias positivas, 7 negativas, separadas por uma faixa neutra, onde tudo e todos se encontram.  Esta tri polaridade é uma propriedade do Orixá Exu, que distingue-o e o torna presente em tudo que existe, sem Exu não se faria nada, ele se faz presente entre os espíritos naturais e os humanos.

No princípio, quando alguém sentia que havia perdido algo, recorria a Exu, ele resolvia tudo a contento, o poder impressionava e conquistou uma legião de adoradores que o tinham em alta estima, mas alguém deduziu que o polo negativo servia para retirar e o polo positivo para devolver, assim como na magia invertida tudo funciona ao contrário, Exu funcionava a partir de invocações, rezas e orações invertidas e destrutivas, e em pouco tempo era de conhecimento geral que Exu tanto podia ajudar quanto prejudicar. Ao longo do tempo, cristalizou-se que Exu tanto ajuda quando atrapalha, tornou-se um Orixá temido, evitado e odiado por muitos, tudo isso pela inversão e distorção de suas funções na vida dos seres humanos desequilibrados.

Hoje Exu continua sendo um mistério tripolar com funções bem definidas e indispensáveis a manutenção da paz, da harmonia e do equilíbrio na criação, mas aqui no lado material da vida, Exu continuará sendo visto como um Orixá que tanto pode ajudar quanto atrapalhar a vida das pessoas, ... “ Quem me invocar num ato de amor, por mim será amado, mas quem me invocar num ato de ódio, por mim será odiado! ”.

Na criação existem dois campos de polaridades opostas, que ocupam o mesmo lugar na criação. Em pessoas com acentuado desiquilíbrio, o vazio relativo a volta delas, tornam-se obsessivos e fanáticos (vícios, compulsões e fanatismo), a atratividade de espíritos sofredores tem um acentuado enfraquecimento vazio neutro relativo.

Exu por se si uma manifestação do divino criador Olorum, é onipresente, onipotente, onisciente e indispensável ao nosso equilíbrio interior. Cada domínio existente na criação possui um Exu guardião de domínio atuando no seu “lado de fora”, há Exus guardiões do lado de fora de todos os planos e dos domínios regidos pelos Orixás, que os sustentam por dentro. Cada mistério da criação há um Exu guardião assentado no lado de fora dele, sempre pronto para recolher no seu domínio do vazio relativo os seres que entram em desequilíbrio e para receber dentro dele todas as descargas de energias negativas emitidas pelos seres dentro dos domínios, mas que não podem permanecer ali por muito tempo.

Os 7 passos sagrados significam o modo de nos conduzirmos em nossos pensamentos, palavras e ações, tanto em relação a nos quanto em relação aos nossos semelhantes. Cada Orixá tem a sua coreografia ou seus passos na criação, e com o Orixá Exu não é diferente, os movimentos dos guias espirituais, são capazes de ajudar as pessoas necessitadas só com suas danças e seus muitos outros movimentos. Só com os pés (passos), com as mãos, com a respiração (assopros), com os giros horários e anti-horários e anti-horários, etc., eles desencadeiam ações poderosíssimas, reequilibradoras e reordenadoras da vida dos necessitados. Orixá Exu Guardião dos Mistérios da Fé, um poder divino que atua por fora sobre o Mistério da Fé e sobre a religiosidade de todos os seres.

A energia vivia e divina emanada por Olorum é uma só, assim surgem os planos da vida, que ocupam o mesmo espaço infinito, em graus vibratórios, tem ao redor do seu lado de fora, um Exu Guardião.

Todas as realidades de Olorum começam no interior dos seus mistérios, que são meios da vida em seu todo (seres, todas as criaturas e espécies), realidades que fluem de dentro para fora ou de Deus até nós.

O Orixá regente de um espírito sempre o exteriorizará através de suas qualidades, pela qual flui a qualidade que o qualifica será o Orixá da evolução chamado Orixá de frente. Olorum nos gerou e nos exteriorizou através de uma de suas realidades, alguns frutos do seu amor, outros da sua misericórdia, outros da sua generosidade.

Então temos um senhor Exu guardião do lado de fora da realidade aurífera, regente dos mistérios auríferos. A dimensão regida pelo Orixá Exu, fundamenta todos os Exus guardiões planetários, Exus guardiões dos reinos, dos domínios e dos mistérios da Criação do nosso Divino Criador Olorum.

Para que um trabalho transcorra em paz, harmonia e equilíbrio, e para que os guias espirituais possam atuar em benefícios das pessoas e trabalhar os seus problemas, é preciso que a tronqueira esteja firmada, por que assim, ativada, ela é um portal para o vazio relativo regido pelo senhor Exu guardião ligado ao Orixá de frente do médium dirigente do templo. Um só guardião é assentado, e todos os outros só são firmados na tronqueira, assentar Exu e Pombagira juntos é aceitável, por que o campo de ação dele se abre no lado de fora, e o campo dela abre para dentro do templo, criando a polarização com o campo do Exu guardião, assim Exu retira e Pombagira recolhe tudo que estiver desarmonizando.

Afinal, quando vão até uma residência trabalhar para pessoas com graves problemas, por precaução firmar Exu e Pombagira antes de trabalhar, para desenvolver um bom trabalho, deve firma no quintal, riscar um ponto de Exu, colocar um copo de pinga, firmar velas nos seus polos e invocar o Orixá Exu, pedindo que descarregue todas sobrecargas e recolha todas as demandas.

Laroiê Exu ... Laroiê Pombagira ... Laroiê Exu Mirin e Pombagira Mirin ...

Postado por Alexandre Carvalho