Pensar em Deus ou Olorum
como um estado mental, chegara a conclusão que só entramos em contato com ele
através do nosso mental e do nosso pensamento durante nossas meditações, usando
outros recursos (a intuição, a
imaginação, a percepção, a sensibilidade, a sensitividade, o raciocínio e a
criatividade), assim só alcançamos em sintonia com ele através da
mentalização.
Logo tudo estava no
interior de Deus, e nada estava fora dele, e quando Olorum pensou do lado de
fora teve intenções criadoras-geradoras,
assim seu primeiro estado para criação foi o vazio absoluto, alterando o
nada que existia em seu exterior.
O vazio absoluto é um estado
e difere do nada, por que na criação em Olorum nada existia fora dele,
inclusive o vazio absoluto, que abrigou a primeira intenção concreta, onde
caberia todos os estados de sua criação exterior, um Orixá responsável pelo primeiro estado de criação, pronto para
receber e acomodar os estados posteriores da criação.
Assim do nada surgiu o
primeiro estado concreto da criação, o
vazio absoluto, então Olorum pensou o segundo estado da sua criação
exterior. O nada e o espaço são os dois extremos da criação, ambos estão
permeados pelo vazio absoluto. O espaço infinito está apto a receber dentro de
si tudo criado por Olorum, inclusive outros estados posteriores. O nada e o
tudo são os opostos, ambos separados pelo vazio absoluto, senão eles se
anulariam.
Um
Orixá que regeria o plano das intenções, recebeu o nome de Exu Mirim, o Orixá que rege sobre o
nada. O Orixá Exu é a divindade de
Olorum que rege o vazio, e sempre que
alguém vibra o sentimento de vazio está nos domínios dele.
O pensamento de Olorum gerou de si uma matriz
geradora, do primeiro estado da criação, que era o vazio absoluto, o único estado capaz de receber dentro de si o estado
do espaço infinito, que gerou uma divindade para regê-lo, o Orixá Oxalá, que simboliza o tudo, o
oposto ao nada, e traz a plenitude, oposta ao vazio de Exu, assim, Exu Mirim rege sobre as intenções; Exu
rege sobre o vazio absoluto e Oxalá rege sobre o espaço infinito. Unindo o
primeiro Orixá Exu, e o primeiro
estado de criação o vazio absoluto,
temos a fundamentação do Mistério Exu.
O
mistério Exu é em si, o vazio absoluto existente no exterior de Deus e guarda-o
em si, dando-lhe existência e sustentação para que, a partir desse estado, tudo
o que é criado tenha seu lugar na criação. Exu o guardião
do vazio absoluto, o primeiro Orixá manifestado, o mais velho de todos, o
primeiro ser cultuado, por ser e trazer o vazio absoluto, tem que ser invocado
e oferendado em primeiro lugar e deve ser despachado de dentro do templo e
firmado no seu exterior para que um culto possa ser realizado, a presença de Exu dentro implica a
ausência de todos os outros Orixás. O ato de invocar o Orixá Exu em
primeiro lugar é correto, por que antes de manifestar os outros Orixás,
manifestou-se e criou o vazio absoluto a sua volta. Então é preciso assenta-lo no exterior do templo, para que outro
estado se estabeleça e permita que tudo aconteça. “
O vazio absoluto é a ausência de algo, de qualquer coisa; O espaço é a presença
de um estado, de alguma coisa “, Deus criou o espaço dentro do vazio absoluto.
O estado espaço dentro do
vazio absoluto criou uma base que ampliou as necessidades do criador, mostrando
os orixás como estado de criação. Oxalá
é o espaço infinito porque é capaz de conter todas as criações da mente divina
do nosso divino criador. Olorum confiou a Oxalá a missão de criar os mundos e povoá-los com os seres que seriam
criados, ela traz em si o poder criador.
Assim Exu e Oxalá são
ligados por causa dos estados da criação.
Exu é a ausência e Oxalá é a presença, são opostos complementares. A tradição nagô nos ensina que só se deve
assentar Exu no lado de fora dos terreiros e se deve oferenda ló nos limites
dos pontos de força da natureza.
A
casa de Oxalá é o espaço e o lado de fora dela é o estado de Exu. Por isso
Oxalá é descrito como o rei dos Orixás, e no seu reino estão os reinos de todos
outros Orixás. Quem tem Oxalá em seu íntimo, tem todos os outros Orixás dentro
de si e tem Exu vigiando o seu exterior.
Como o espaço é algo, que
pode ser ocupado por alguma coisa, Exu encheu de vazios, a um ponto em que nada
poderia ser criado por Oxalá, então Olorum ordenou a Oxalá que encontrasse uma
solução para que a criação exterior tivesse início, Oxalá procurou Exu para uma
convivência entre os dois estados, mas nada ficou acordado, até que Oxalá criou
um liquido que agradou Exu e as negociações começaram, esse liquido deixava Exu
mais descontraído a ponto de conceder coisas a Oxalá e assim ele foi criando e
aumentando o espaço infinito e sempre agradando Exu. Todos procuram Exu porque ele pode ver de frente para trás, vendo o que
nem Oxalá ainda sabia que poderia criar, por isso Exu é tão solicitado para
revelar coisas que até os Orixás desconhecem, pois, os Orixás só atuam sobre o
que tem existência.
Todo Orixá deve dar um
presente que descontraia Exu antes de criar algo dentro do seu domínio no lado
de fora de Olorum, por que Exu foi o primeiro Orixá a ser exteriorizado, dessa
lei surgiu ... o hábito de sempre
oferendar Exu antes de iniciarmos alguma coisa, pois assim a certeza de sucesso
é quase absoluta.
Por ser a segunda
intenção, Exu traz em si uma segunda intenção para cada primeira intenção de
alguém. No decorrer dos anos Exu fez
Oxalá ver que havia uma segunda intenção por trás de sua frase e que o seu
“todos” se referia a tudo, e não só aos líquidos. Oxalá convenceu Exu que
seu reino sempre seria maior, por que o espaço infinito está dentro do vazio absoluto,
sendo assim, “ quanto mais coisas
estáveis criamos, mais trabalhamos para Exu”, que satisfeito, menos
interfere em nosso trabalho e mais se descontraí, deixando nos em paz com nosso
labor.
As primeiras incorporações dos Exus em seus médiuns são contratoras dos músculos e dos movimentos,
travando os médiuns, só conseguindo descontrair parcial após alguns goles de marafo. Eles começam a
incorporar de forma contraída, taciturna e bravia, mas após alguns goles de
marafo e umas baforadas de charuto, descontraem-se, alegram-se e tornam-se
amigáveis e falantes, começando a ajudar na solução de nossos problemas e
dificuldades.
As Pombagiras vibram
tanto que suas médiuns têm dificuldades em mantê-las incorporadas, só após uns
goles de champanhe e umas baforadas de cigarrilhas se equilibram e passam horas
incorporadas dando consultas. Os marinheiros da umbanda têm dificuldade para se
manter parados no lugar e acabam como que lançados para frente e para trás, mas
após tomar uns goles de rum e dar umas baforadas, estabilizam a até conseguem
permanecer mais ou menos parados nas consultas, pois eles veem do reino
aquático marinho, onde o magnetismo irradia em ondas magnéticas semelhantes às
do mar, fazendo que em terra percam o equilíbrio. Por isso as incorporações
iniciais de Exu, Pombagira e Marinheiros em seus médiuns, necessitam de alguma
bebida com teor alcoólico para ter efeito estabilizador e equilibrador,
exatamente o inverso do que faz em nós, espíritos encarnados.
Na criação nada se perde
e tudo se transforma, e Exu é esse agente transformador que está presente no
vazio absoluto, como capacidade transformadora interna e externamente, por que
só nele tudo pode estar contido e fora dele nada existe, assim ele também está
em nós e rege sobre nosso transformismo e nossa adaptabilidade. Logo, somos
indissociados de Exu e dependemos de suas propriedades e qualidades para não
deixamos de evoluir.
Na Umbanda temos Exu de Ogum, de Oxóssi, de Oxalá ...
todos dependentes da existência desses Orixás para assim poderem se apresentar.
Exu, o Orixá dos cultos nagôs, já existia e tinha conceitos que o definiam.
Exus com nome simbólicos: Exu 7
porteiras, Tranca Ruas, Sete Encruzilhadas, ... manifestaram-se através da
Umbanda. Foi um trabalho lento e muito bem pensado pelos espíritos
responsáveis pela implantação terrena da nascente religião de Umbanda.
No mistério Exu, a
inovação foi o surgimento das linhagens de Exus de trabalho espirituais muito
bem definidas e organizadas. Exus com um mesmo nome e com aparência fluídica iguais, incorporavam neles e diziam ser seus Exus de trabalho. Essa base é o
primeiro estado de criação, que é o do vazio absoluto e sua fundamentação está
no seu regente divino, que é o Orixá Exu, “sem
que houvesse o vazio absoluto, não poderia haver o espaço infinito para abrigar
tudo o que seria criado!”.
Como o espaço infinito é
o estado do Orixá Oxalá e como por fora dele está o verdadeiro vazio absoluto, que
é o estado original de Exu, assim do lado de fora de tudo que existe mas, em
compensação, tudo está dentro de Exu e do seu estado de vazio.
“Exu tem morada sem porta
e sem janela, rege o vazio; Exu entra saindo e sai entrando, entra em nossa
vida por meio de nossos erros, falhas e pecados; Exu mora do lado de fora da
casa de Oxalá, “A lenda Nagô fundamenta
o assentamento dele no lado de fora dos centros de Umbanda, em uma casinha
separada “; Exu é o mensageiro dos Orixás, nos traz as respostas aos nossos
pedidos de ajuda enviados aos Orixás; Exu é o Orixá mais velho o primogênito; Exu
é o primeiro Orixá a ser oferendado; Exu é o primeiro Orixá a ser saudado e
reverenciado; Exu é o primeiro Orixá a ser assentado; Exu é o primeiro Orixá a ser
despachado; e Se Exu não for despachado, não é possível baixar qualquer outro
Orixá no terreiro, assim sem Exu não se faz nada, isto é certo por duas razões:
Sem o estabelecimento do estado vazio os
estados dos outros Orixás não se abrem e o primeiro a ser firmado no terreiro.
Os mesmos procedimentos
devem ser adotados para Exu Mirim, que
rege sobre o nada, com seu fator
“nadaficador”, pode reduzir ao nada”, qualquer coisa que exista e para Pombagira rege sobre os interiores, desde o de um ser até o de um estado da
criação. Ela é tão importante para o
equilíbrio da criação quanto todos os outros Orixás, com seu fator “interiorizador”, pode pôr para fora
tudo o que estiver no interior de algo ou de alguém, pelo fator desejo, que desperta no ser que vibra esse algo o desejo de
exterioriza-lo, ela faz o ser desejar o que vibra em seu íntimo, o que o induz
fortemente a realizar seus desejos. Ela
dá suas gargalhadas debochadas nas incorporações para captar coisas interiores nas pessoas, coisas ocultas, mas não
para ela, uma vez que ela trabalha no interior de cada coisa que existe, assim
sendo por gerar e irradiar “fator
abismador”, abre abismos, dentro dos quais recolhe tudo o que “desagrada”
os outros Orixás.
Oxalá concedeu a Exu a
guarda dos mistérios negativos, é o
guardião divino de metade da criação, é o guardião do seu lado negativo. Tudo
que desagrada aos Orixás é enviado por eles para o seu domino de criação, ele pode recolher, esvair e diluir o
que os desagradou, como pode reter algo
ou alguém no lado negativo da criação, por isso e tão importante para a
manutenção da paz, harmonia e do equilíbrio na criação, assim todos os Orixás
tem seu Exu, com duas cabeças, dupla polaridade, “as potências positivas zelam pelo equilíbrio no lado positivo da
criação, e as potências negativas zelam pelo equilíbrio no lado negativo da
criação”.
O ser em desiquilíbrio é
atraído pelo Exu guardião do lado de fora do domínio e é retido no vazio
relativo regido por ele, que começa a atuar sobre o ser em questão “ esvaziando-o das causas do seu
desequilíbrio”. E quando é esvaziado do seu “negativismo”, é neutralizado e imantado por Exu. Então temos Exus Guardiões de todos os orixás, que são seres divinos, que assumiram
a natureza e a personalidade do Orixá cujos domínios na criação guardam. Os
guardiões dos domínios são seres divinos com natureza e personalidade íntima
Exu, mas atuam como recolhedores e esvaziadores de tudo e de todos que “desagradam os orixás”, e por isso são
denominados Exus Guardiões dos domínios
dos Orixás.
Muito Exus que baixam nos
médiuns de Umbanda são espíritos
exunizados “naturais” que nunca
encarnaram porque viviam e evoluíam em domínios isolados dentro dos estados
de criação. Outros são espíritos que encarnaram “humanos”,
humanizaram-se, desequilibraram-se, foram recolhidos ao vazio relativo do seu
domínio de origem e agora voltaram a atuar junto aos espíritos encarnados. Se estamos sendo vítimas, eles nos
amparam, ajudam a passar pelas dificuldades, mas se criamos dificuldades para
os outros, aí atuam esgotando as causas do nosso negativismo.
O Orixá Exu rege sobre os
íntimos, e este é um dos seus campos de atuação em nossa vida, regulando o instinto
primitivo e procurando ajudar os seres humanos no equilíbrio entre o instinto e
a razão. Os Exus de trabalhos na Umbanda identificam-se e apresentam-se com nome
simbólicos associados aos elementos da natureza, bichos, meios, eventos,
instrumentos mágicos etc... (Exu da
Pedra Preta, Exu Morcego, Exu da Porteira, Exu Poeira, Exu Sete Espadas ...). Os
“ Exu “Sete” atuam nas sete irradiações divinas ao mesmo tempo e que são
regidos por um mistério sétuplo. O mistério das Passagens, regido pelo Orixá Obaluaiê, que regula as passagens dos espíritos de uma faixa vibratória para outra, de um domínio para outro, assim como de uma dimensão para outra. Como Exú está do lado de fora de
criação, quando os Orixás precisavam que ele esvaziasse os seus domínios era um
problema, por que ele esvaziava tudo onde entrava para ajudar tomava conta de
tudo e de todos ao mesmo tempo.
Oxalá pensou em uma
solução que deu origem ao mistério das oferendas feitas na natureza, criou santuários coletivos conhecidos
como naturais, todos teriam elemento
simbolizador e os santuários
individuais, onde cada um teria sua participação, onde os pontos de forças
e poderes da natureza (Oxum nos rios,
Iansã nas pedreiras, Oxóssi nas matas). Para solucionar esse desequilíbrio,
o jeito foi recorrer a Pombagira e seu
fator interiorizador, não sem antes aceitar sua exigência, receber algo em
troca para permitir que recolhesse tudo em seus interiores. Exu decidiu que os
santuários era um mistério em si, ele abriria ao redor deles um vazio relativo
para que neles fossem descarregadas todas as coisas desequilibradas.
Há 7 campos vibratórios,
associados as 7 irradiações divinas, e os Orixás, ao recolherem dentro do seu
santuário coisas de outros Orixás, para que cada um reequilibre a sua parte na
coisa ou no ser em desequilíbrio. Assim Exu
mirim por gerar o fator avessador, entrou na solução e passou a participar do
reequilíbrio das coisas desequilibradas.
Exu passou a ter partes
na criação, com isso temos a lei universal que
um Orixá só pode atuar em benefício de alguém se for por meio de algo que
exista, uma pedra, uma folha, uma vela etc ...
Os Orixás não incorporam
realmente no corpo das pessoas, só a parte interior, “projetam-se para fora encobrindo seus espíritos, dando a impressão de
que estão”, aos olhos dos clarividentes ... “ Feche os olhos, esvazie a
mente e deixe o vazio absoluto estabelecer em seu íntimo como se nada existisse
no vazio, mas cheio de possibilidades. Não abra os olhos, não pense, sua mente
não parará por si só de pensar, deixe que o silêncio absoluto se instale em seu
íntimo e permaneça o maior tempo possível, não pense, seu pensamento é
idealizador, não fale o ato de falar gera ruído, forma sons harmônicos, não olhe, não pense e não fale, para
não interferir na quietude intima que se encontra no vazio, não imagine e não
intencione nada, não deixe ideia alguma brotar no seu íntimo, isole sua
audição, vá desligando sua mente dos sons e ruídos chegando a um momento que
nada mais o incomodará, isole sua audição, agora nesse estado, anule todas as
sensações, e deixe de existir “, pois é
impossível alcançarmos esse estado de esvaziamento total do nosso ser.
O estado regido por Exu é
importante para Olorum, por que não são poucos os desiquilíbrios profundos que
se concretizaram seu íntimo, essa função
na criação é pouco conhecida, o que sabem é que espíritos humanos, hoje se
dizem Exus e atuam como Exus. Aos olhos dos videntes, todos os Exus são
iguais na aparência, o único diferenciador está no fato de alguns serem mais
evoluídos que outros. Exu é o último recurso da Lei Maior e da Justiça Divina
para resgatar os seres espirituais, o último recurso que separa os seres
espirituais do nada total, o “plano do
nada” é regido pelo Exu Mirim e é o
estado anterior da criação, onde só existia Deus e nada mais. As faculdades
mentais regidas por Exu são diferentes das regidas por Oxalá, pois Exu tem a vibração que abre o mental e
o íntimo dos seres, só ele é capaz de fazer, por localizar-se nos limites do
tudo com o nada, recolhe e recupera seu estado de espírito e sua personalidade.
Exu é tripolar, por que além do polo positivo e negativo, há a faixa neutra
ou polo neutro, fato esse que originou as 7 faixas vibratórias positivas, 7
negativas, separadas por uma faixa neutra, onde tudo e todos se encontram. Esta tri polaridade é uma propriedade do Orixá Exu, que distingue-o e o torna
presente em tudo que existe, sem Exu não
se faria nada, ele se faz presente entre os espíritos
naturais e os humanos.
No princípio, quando
alguém sentia que havia perdido algo, recorria a Exu, ele resolvia tudo a
contento, o poder impressionava e conquistou uma legião de adoradores que o
tinham em alta estima, mas alguém deduziu que o polo negativo servia para retirar e o polo positivo para devolver,
assim como na magia invertida tudo funciona ao contrário, Exu
funcionava a partir de invocações, rezas e orações invertidas e destrutivas, e
em pouco tempo era de conhecimento geral
que Exu tanto podia ajudar quanto prejudicar. Ao longo do tempo,
cristalizou-se que Exu tanto ajuda quando atrapalha, tornou-se um Orixá temido,
evitado e odiado por muitos, tudo isso pela inversão e distorção de suas
funções na vida dos seres humanos desequilibrados.
Hoje Exu continua sendo um mistério tripolar com funções bem definidas e
indispensáveis a manutenção da paz, da harmonia e do equilíbrio na criação,
mas aqui no lado material da vida, Exu continuará sendo visto como um Orixá que
tanto pode ajudar quanto atrapalhar a vida das pessoas, ... “ Quem me invocar num ato de amor, por mim
será amado, mas quem me invocar num ato de ódio, por mim será odiado! ”.
Na criação existem dois
campos de polaridades opostas, que ocupam o mesmo lugar na criação. Em pessoas
com acentuado desiquilíbrio, o vazio
relativo a volta delas, tornam-se obsessivos e fanáticos (vícios,
compulsões e fanatismo), a atratividade de espíritos sofredores tem um
acentuado enfraquecimento vazio neutro relativo.
Exu por se si uma
manifestação do divino criador Olorum, é
onipresente, onipotente, onisciente e indispensável ao nosso equilíbrio
interior. Cada domínio existente na criação possui um Exu guardião de
domínio atuando no seu “lado de fora”, há Exus guardiões do lado de fora de
todos os planos e dos domínios regidos pelos Orixás, que os sustentam por
dentro. Cada mistério da criação há um Exu guardião assentado no lado de fora
dele, sempre pronto para recolher no seu domínio do vazio relativo os seres que
entram em desequilíbrio e para receber dentro dele todas as descargas de
energias negativas emitidas pelos seres dentro dos domínios, mas que não podem permanecer
ali por muito tempo.
Os 7 passos sagrados
significam o modo de nos conduzirmos em nossos
pensamentos, palavras e ações, tanto em relação a nos quanto em relação aos
nossos semelhantes. Cada Orixá tem a sua coreografia ou seus passos na criação,
e com o Orixá Exu não é diferente, os movimentos dos guias espirituais, são
capazes de ajudar as pessoas necessitadas só com suas danças e seus muitos
outros movimentos. Só com os pés (passos), com as mãos, com a respiração
(assopros), com os giros horários e anti-horários e anti-horários, etc., eles
desencadeiam ações poderosíssimas, reequilibradoras e reordenadoras da vida dos
necessitados. Orixá Exu Guardião dos Mistérios
da Fé, um poder divino que atua por fora sobre o Mistério da Fé e sobre a religiosidade
de todos os seres.
A energia vivia e divina
emanada por Olorum é uma só, assim surgem os planos da vida, que ocupam o mesmo
espaço infinito, em graus vibratórios,
tem ao redor do seu lado de fora, um Exu Guardião.
Todas as realidades de
Olorum começam no interior dos seus mistérios, que são meios da vida em seu todo
(seres, todas as criaturas e espécies),
realidades que fluem de dentro para fora ou de Deus até nós.
O Orixá regente de um espírito sempre o exteriorizará através de suas
qualidades, pela qual flui a qualidade que o qualifica será o Orixá da evolução
chamado Orixá de frente. Olorum nos gerou e nos exteriorizou através de uma de
suas realidades, alguns frutos do seu amor, outros da sua misericórdia, outros
da sua generosidade.
Então temos um senhor Exu
guardião do lado de fora da realidade aurífera, regente dos mistérios auríferos.
A dimensão regida pelo Orixá Exu, fundamenta todos os Exus guardiões
planetários, Exus guardiões dos reinos, dos domínios e dos mistérios da Criação
do nosso Divino Criador Olorum.
Para
que um trabalho transcorra em paz, harmonia e equilíbrio,
e para que os guias espirituais possam atuar em benefícios das pessoas e
trabalhar os seus problemas, é preciso que a
tronqueira esteja firmada, por que assim, ativada, ela é um portal para o
vazio relativo regido pelo senhor Exu
guardião ligado ao Orixá de frente do médium dirigente do templo. Um só
guardião é assentado, e todos os outros só são firmados na tronqueira, assentar Exu e Pombagira juntos é aceitável,
por que o campo de ação dele se abre no lado
de fora, e o campo dela abre para
dentro do templo, criando a polarização com o campo do Exu guardião, assim Exu retira e Pombagira recolhe tudo
que estiver desarmonizando.
Afinal, quando vão até
uma residência trabalhar para pessoas
com graves problemas, por precaução firmar
Exu e Pombagira antes de trabalhar, para desenvolver um bom trabalho, deve
firma no quintal, riscar um ponto de
Exu, colocar um copo de pinga, firmar velas nos seus polos e invocar o Orixá
Exu, pedindo que descarregue todas sobrecargas e recolha todas as demandas.
Laroiê Exu ... Laroiê Pombagira ... Laroiê Exu Mirin e Pombagira Mirin ...
Laroiê Exu ... Laroiê Pombagira ... Laroiê Exu Mirin e Pombagira Mirin ...
Postado por Alexandre Carvalho